Adrian Smith, guitarrista do Iron Maiden, refletiu sobre como a tecnologia tem afetado o comportamento humano de forma a impactar na forma como as pessoas se relacionam, como por exemplo: elas mal prestam atenção no que alguém está dizendo porque ficam praticamente o tempo todo interagindo com o celular, muitas até mesmo atravessam a rua olhando para a tela do celular, colocando a si mesma e aos outros em perigo. As pessoas, muitas delas, se tornaram viciadas em mídias sociais, e Adrian Smith comentou sobre isso em uma nova entrevista com Andrew McKaysmith do podcast Scars And Guitars:
“Bem, você só precisa dirigir pela rua e parar seu carro porque as pessoas estão passando na sua frente porque estão no celular. Elas são viciadas. Eu sou sugado para isso como todo mundo. Às vezes, isso toma conta da sua vida. Você é bombardeado com todas as coisas que gosta. Tudo vem muito fácil, continua aparecendo no seu feed, todas as coisas que você ama, então você está lá, você está olhando para isso com o pescoço dobrado assim. Você é bombardeado com notícias 24 horas por dia, 7 dias por semana, sobre todas essas coisas terríveis que estão acontecendo no mundo. Quero dizer, o que você deve fazer? Não é natural ter que se preocupar tanto com absolutamente tudo.
Acho que as pessoas estão indo muito além de suas esferas pessoais, tentando mudar coisas sobre as quais não têm poder, porque estão cientes delas e então sentem que precisam fazer algo a respeito. E elas pararam de fazer o básico, colocar um pé na frente do outro, ganhar a vida, pagar seus impostos e apenas viver sua vida e ser feliz. E é só — não acho que isso deixa as pessoas felizes. De qualquer forma, um pequeno discurso aí.”
Agora, estamos presenciando a massificação da I.A, e muitas pessoas não pararam pesquisar e pensar sobre as implicações por trás da I.A e como o uso desenfreado e impensado dessa ferramenta disruptiva e “maravilhosa”, pode esconder armadilhas que as pessoas não se dão conta. Claro, como toda tecnologia ela pode gerar coisas boas quando bem utilizada, mas quando mal utilizada, pode gerar consequências nada positivas, para dizer o mínimo.
O uso da I.A para criar artes, como música por exemplo, já está gerando grandes debates e causando inclusive, problemas como roubo de músicas em plataformas de streaming. Adrian Smith afirmou que não tem interesse em fazer música com I.A, e expressou sua preocupação sobre como a I.A pode gerar consequências ainda mais drásticas que as mídias sociais:
“De jeito nenhum. Não sei. Nem quero pensar nisso. Quer dizer, IA. O que foi que alguém estava me dizendo outro dia? Alguém, como presente de aniversário ou como presente para seus amigos, ele tinha uma música escrita por IA para cada um deles, usando a voz deles. E é simplesmente alucinante. É como o começo do fim. Quer dizer, a mídia social já é ruim o suficiente. Mas isso é apenas outro nível.
Não consigo ver isso tendo qualquer efeito. Quer dizer, até mesmo a gravação digital e o Pro Tools agora permitiram que qualquer um inventasse algo que — você pode apresentar algo que soe respeitável, mas é tudo feito por computadores. Pelo menos eu cresci na velha escola, onde você tinha que realmente tocar no estúdio; você não podia afinar depois. Então isso faz de você mais um artesão. Usamos a gravação digital porque é conveniente e economiza tempo e dinheiro.
IA, cara, eu não sei. [Risos] Eu não sei.”
