Recentemente, a Netflix lançou uma série de 10 episódios, para contar a história macabra de Jeffrey Lionel Dahmer, um dos assassinos em série mais notórios dos EUA. A série mostra a trajetória dele, desde como matou suas vítimas, até sua prisão (é preciso ter um certo estômago, já que as cenas não são indicadas para os espectadores mais sensíveis).

Seus crimes eram particularmente bizarros. Matou 17 garotos jovens pertencentes a comunidade LGBTQIAPN+ e em sua maioria Negros, praticando necrofilia e/ou canibalismo com os corpos. Foi sentenciado a 15 penas de prisão perpétua em 15 de fevereiro de 1992. Foi assassinado na prisão por Christopher Scarver, que cumpria pena na mesma instituição de segurança máxima.

A série, dirigida por Ryan Murphy e Ian Brennan, tem seu enredo bem construído, além de ser estrelada por Evan Peters como ‘Jeffrey‘, que já fez notáveis trabalhos, como em American Horror Story, por exemplo. A estrutura familiar de Jeffrey nunca foi das melhores. Quando adolescente se descobriu gay, por isso seus alvos eram homens desta comunidade. Tinha problemas com álcool, e seu pai sempre tentou ajudá-lo. Seu primeiro assassinato foi em 1978. Steven Hicks estava na estrada pedindo carona, e mal sabia ele, que aquela seria sua última. Steven queria carona para um festival de música, e Jeff pediu para que ele ficasse um pouco mais. Quando Hicks disse que iria embora, Dahmer o atingiu com um haltere de 5kg. Em seguida, o estrangulou até a morte com o mesmo objeto. Depois, Jeff retirou suas roupas e se masturbou em cima do corpo. No dia seguinte dissecou o cadáver, enterrou os restos no quintal, e algumas semanas depois, dissolveu a carne em ácido, e jogou no vaso, além de destruir os ossos.


Depois de algum tempo, assim como mostrado na série, Jeffrey se muda para um apartamento, localizado em um bairro majoritariamente negro dos Estados Unidos. Sua vizinha, Glenda Cleveland, passa noites sem dormir com os barulhos horrendos vindos do apartamento de Dahmer, além do cheiro insuportável. Glenda chamou a polícia inúmeras vezes, e não obteve sucesso. Muitas mortes poderiam ter sido de fato evitadas, e a série mostra isso com avidez, além da xenofobia exercida sobre a família de uma das vítimas, Konerak Sinthasomphone, de 14 anos. Sua família veio do Laos com mais nove crianças depois de uma tomada comunista. Uma de suas vítimas era surda, Anthony Hughes de 31 anos de idade. Ele sonhava em ser modelo, e durante o julgamento de Jeff, sua mãe leu um poema do ponto de vista do Tony. As palavras a seguir podem conter gatilho:
“Mãe, eu fui embora, minha esperança, minha respiração, meu desejo de viver foram tirados de mim a contragosto. Mas ainda assim, não estou longe. Se você ficar triste, eu gentilmente agarro seu coração e te animo. Se você sorrir, eu sorrirei junto com você. Quando você chorar, pegue uma lágrima e coloque-a do lado de fora da janela, e quando eu passar, eu vou trocá-la por uma minha. Dois dedos e um polegar, mãe.”
Então sua mãe levantou dois dedos e um polegar, o símbolo para “eu te amo” em linguagem de sinais.
Pra quem quiser ver o depoimento familiar das vítimas, basta acessar o vídeo do Youtube (não possui legendas em PT)

No fim da série, o prédio no qual Dahmer morava, foi demolido. Glenda, sua vizinha, lutou para que um memorial fosse construído no local em respeito às vítimas. Entretanto, nada foi feito até hoje.
Redigido por: Gustavo Caldeira
Instagram: submundocontos
