Acredito que assim como a grande maioria, fui induzido a ver “O Som a Liberdade” após as notas de repúdio e críticas ácidas com o objetivo claro de denegrir um filme que não agrada algumas pessoas que defendem sempre o lado errado. Pois bem, estas questões acima ajudaram e muito para que a curiosidade consumisse minha alma e decidi vê-lo.
Vale lembrar que na ocasião, a única sessão disponível era no horário das 21h30. Ou seja; um filme jogado para escanteio para que outros bem inferiores gozassem de horários mais flexíveis. Isso estava bem nítido (porém, isso mudaria em seguida).
Estrelado pelo ator Jim Caviezel, conhecido por interpretar Jesus Cristo no filme “A Paixão de Cristo”, dirigido pelo ator e diretor Mel Gibson, o longa dirigido pelo diretor mexicano Alejandro Gómez Monteverde estreou nos cinemas brasileiros na penúltima semana de setembro, mais exatamente no dia 21, e conta a história real de Tim Ballard, um ex-agente e fundador da Operation Underground Railroad (O.U.R), uma organização criada a fim de combater o tráfico sexual, e principalmente a máfia que sequestra, e trafica crianças vendidas como escravas sexuais, como bem mostra o longa.

A história de Sound of Freedom (O Som da Liberdade)
A história contada em “O Som da Liberdade”, foca principalmente na vida dos irmãos Rocio e Miguel, personagens muito bem interpretados pelos atores mirins Cristal Aparício e Lucás Ávila, sequestrados e vendidos ao tráfico por uma pseudo agência de modelos mirins.

O ponto de partida da missão especial de Tim Ballard, é justamente o sequestro dos dois irmãos. Mais especificamente do pequeno Miguel, que ao ser liberto das mãos de um pedófilo, graças aos trabalhos de Tim e sua equipe, pede para que o agente salve sua irmã e outras crianças das garras dos sequestradores.
Abrindo um parêntese: aqui, já é possível entender que o filme arrancará lágrimas do telespectadores, e caso a restrição (necessária, diga-se) não fosse aplicada a menores de 16 anos, é certo que nesse momento iríamos abraçar nossos filhos com uma intensidade absurda.

A jornada pela Colômbia
Após descobrir que Roccio e outras crianças estão dentro de um container com destino a Colômbia, o agente com o apoio de sua esposa (Mira Sorvino) decide abandonar o Departamento de Segurança Interna dos EUA e embarca numa operação de vida ou morte.
Em sua jornada até a Colômbia em busca de Roccio e demais crianças, o agente conta com ajuda de amigos, alguns deles com manchas em seu passado ao se envolverem com a prostituição infantil e tráfico de drogas, e juntos arquitetam planos para atrair os compradores de crianças. Este plano envolve principalmente festa, bebedeira, drogas e claro, crianças apresentadas como simples objetos e negociadas como se fossem mercadoria comum para poderosos através de seus capangas (laranjas) responsáveis pela negociação.

Mais um parêntese: toda esta “ação”, tem a cooperação da policia local colombiana, que planeja ações cuidadosas para que nenhuma criança seja morta durante a operação.
Na tentativa de resgatar a pequena garota, Tim descobre a compra de Roccio por um dos líderes da Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia).
Mas ele sabe que tentar salvá-la, é literalmente atrair para si sua própria morte.

Realidade incômoda e a repercussão
Em um ambiente totalmente focado na realidade, o longa dá as costas para o mundo fantasioso dos efeitos especiais hollywoodianos.
A obra retrata o lado monstruoso, e aterrorizador dos pedófilos e traficantes de crianças, denunciando claramente um mercado que lamentavelmente cresce a cada dia.
Com um baixo orçamento (cerca de $ 14,5 milhões de dólares), o longa vem conquistando telespectadores ao redor do mundo, ao mesmo tempo em que luta contra as tentativas de cancelamento por parte de grandes empresas, que tentam a todo custo transformar um dos melhores filmes do ano, senão o melhor filme de 2023 até o momento, em algo irrelevante e pífio.
E cá pra nós, não é!


Mais que um grande e reflexivo filme, “O Som da Liberdade” mexe com nosso psicológico, extrai lágrimas e nos causa sentimentos diversos. Dentre eles, repulsa, raiva, e a vontade de fazer vingança com as próprias mãos contra aqueles que sem piedade roubam um pedaço de nós (nossos filhos) em um mercado que movimenta milhões/bilhões de dólares por ano.
A mensagem
Através de uma mensagem reflexiva e impactante, o longa deixa claro que nenhuma arma é tão letal quanto o próprio ser humano.
O filme serve principalmente como um “alerta” aos pais, para que estes não descuidem de seus filhos.
Indiscutivelmente, o filme mexe com nosso psicológico, nos faz refletir sobre o mundo em que vivemos e nos alerta para a conscientização da chamada “Indústria do Tráfico Sexual”.

Ao final, “O Som da Liberdade” consegue acender a luz de emergência para um dos piores crimes praticados contra os seres humanos.
Já nos pós-créditos, o filme traz uma mensagem importante (e emocionante) do ator Jim Caviezel.
Ele fala com detalhes sobre o boicote, e as dificuldades encontradas para a divulgação do longa-metragem que demorou cinco longos anos para finalmente ser exibido.
Cotação: EXCELENTE

Destaques:
- Em nenhum momento do filme há cenas de sexo e/ou abusos exibidas. As cenas são apenas faladas e deixam claro através de atuações sugestivas, o que acontecerá. Ou seja, há todo um cuidado para que o tema seja compreendido sem o auxílio de conteúdos desnecessários que possam chocar e/ou traumatizar o telespectador.
- Segundo o site a trombeta news (atrombetanews.com.br), o longa conseguiu ficar em primeiro lugar nas bilheterias, a frente de grandes lançamentos como Indiana Jones da Disney.
- Ainda sobre o sucesso de público e bilheteria, dados atuais confirmam que o filme ultrapassou títulos como “Os Mercenários 4” e a “A Freira 2”.
- A data oficial de lançamento (lá fora) aconteceu no dia 04 de julho, Dia da Independência dos Estados Unidos.
- No Brasil, o lançamento se deu pela produtora de filmes Angel Studios, a mesma que produziu o sucesso “The Chosen”.

Em entrevistas a diversos canais de comunicação, o diretor Alejandro Monteverde explica que ele mesmo preparou os atores para encenarem seus personagens.
“Como era um tema difícil, nós decidimos não contar para as crianças do que o filme se tratava. Com o mais novo [Lucás], eu conversei com ele, descobri o que o deixava feliz ou triste. E aí contava apenas o que ele precisava saber para cada cena. Eu diria algo como: ‘Essas pessoas roubaram você, querem levar você do seu pai. Como seria se você nunca mais visse seu pai?’. Mas eu nunca contei o que aconteceria depois (o abuso sexual)”.
Com a atriz Cristal Aparicio, na época com 12 anos e atualmente com 17, a estratégia foi a mesma, porém, segundo ele, a família da jovem atriz decidiu ir direto ao assunto e contar-lhes a verdade sobre o tema. Ele disse:
“Mais ou menos no meio das gravações, os pais dela decidiram contar. Eles me perguntaram se isso prejudicaria o trabalho, e eu disse que a decisão era deles. Não participei dessa conversa, não sei o que eles disseram. Mas ela tinha uma cena em que precisava chorar bastante, e eles contaram bem naquele dia. As lágrimas eram verdadeiras”.
Notas Importantes:
- Finalizado em 2018, o longa, a princípio, seria distribuído pela 20th Century Studios através de um contrato. No entanto, quando a Disney adquiriu a empresa, os executivos engavetaram o projeto que já estava pronto para estrear.
- O ator e produtor da história, Eduardo Verástegui conseguiu comprar os direitos de distribuição de volta e os ofereceu para o Angel Studios, grupo responsável pela série bíblica “The Chosen”. Assim, a empresa abriu uma vaquinha pública para bancar a exibição do longa nos cinemas, e conseguiu US$ 5 milhões (R$ 24,6 milhões) em menos de duas semanas.
Nota do redator:
Ignorado por parte da mídia tradicional, principalmente a de extrema esquerda e inicialmente sem nenhuma repercussão pela mesma, já que esta resolveu torcer contra o longa ao escrever asneiras cuja intenção era nitidamente destruir uma história que de fato precisa ser contada, o filme, conseguiu dar a volta por cima, despertando o grande interesse das pessoas que de fato não se deixaram levar por “escritas possivelmente encomendadas” por mídias nitidamente instruídas para torcer contra.
Meu conselho para as pessoas que estão em dúvida sobre “Som da Liberdade”:
Veja o filme, reflita, e tire você mesmo suas conclusões. Absorva o que de fato lhe interessa, e não se deixe levar por criticas tendenciosas, infundadas que demonstram nitidamente seus viés politico.
Avalie a história com seus sentimentos verdadeiros, deixando de lado suas convicções politicas e/ou religiosas diante um tema realista que atinge todas as pessoas de todas as classes, crenças e ideologias sejam elas quais forem.
Sendo assim, é importante se colocar no lugar daqueles que administraram, e/ou administram a dor de perder seus filhos para uma indústria que deveria ser combatida com mais vigor.
Diferente do que está sendo dito, “O Som da Liberdade” não deve em hipótese alguma ser visto como “um filme cristão”. Acima de tudo, ele é um filme para pessoas. Um filme para pais e mães.
Há um programa infantil chamado “Pistas de Blue”, onde o apresentador usa a seguinte frase: “Quando usamos a mente, damos um passo a frente”.
Fica a dica: Use sua mente!
PS: Os números atuais indicam que no Brasil, o filme levou mais de 1,7 milhão de pessoas as salas de cinemas, arrecadando mais de R$ 8,15 milhões.
Redigido por Geovani “Gigio” Vieira.
E você, já assistiu “O Som da Liberdade”? Comente o que você achou do filme e não deixe de acessar diariamente o nosso site para ficar por dentro das novidades.

Título original: The Sound Of Freedom
Data de estreia: 21 de setembro de 2023
Gênero: Drama, Ação, Biografia
Duração: 135 minutos
Ficha Técnica:
Diretor: Alejandro Gómez Monteverde
Elenco: Jim Caviezel, Mira Sorvino, Bill Camp, Kurt Fuller, Gary Basaraba, José Zuñiga, Gerardo Taracena, Scott Haze, Eduardo Verástegui, Javier Godino, Gustavo Sánchez Parra, Cristal Aparicio e Lucás Ávila.